Eu não me lembro de já
ter falado tanto sobre esse assunto em tão pouco tempo, mas me lembro também de
que não costumava receber tantos “elogios” por causa disso. De acordo com meus fiéis
observadores, eu não sou agradecida com quem empurra minha cadeira, não digo “obrigada”
sempre. Sabe galera, vocês têm razão, eu não digo mesmo, porque pra mim isso
não é um favor e nem uma caridade, eu não preciso que seja assim, logo não é
assim. No entanto, se vocês
enxergam que é sim um favor, não façam. Aposto com vocês que continuarei indo onde eu
quiser, pois mantenho por perto os verdadeiros, que me empurram com
naturalidade e sabem que se não o fizerem, eu não poderei acompanhá-los, e
estes escolhem me empurrar porque querem que eu vá junto. Pra eles sim eu
agradeço, mas agradeço por serem transparentes comigo, dizendo quando estão
cansados, quando eu estou pesada e quando eu abuso. Transparência essa
que vocês são - no momento - incapazes de compreender. Não dou moral pra quem
vive de discurso reproduzido. Pior mesmo é quando
finge que não. Finge que não tem pena, finge que não subestima, finge que não
julga, finge que não finge. Facilitem, poxa, vocês são confusos pra caramba e é
pra mim que apontam o dedo da não aceitação?! Parem de achar que é obrigação
minha dizer “obrigada”, obrigação me esforçar, me adaptar, me esconder. Parem porque
ficarão frustrados. E principalmente, parem de tentar consertar porque é um
direito meu reagir. Talvez no futuro eu tenha
mais compreensão com gente pequena assim, mas hoje eu prefiro encerrar esse
texto como um alerta de que: sim, eu percebo o que fazem. E não, não pretendo
sorrir pra isso, e nem encenar que eu não me importo. Eu me importo, mas não
porque dói, e sim porque os mesmos que me classificam sem conhecer minha
trajetória, cobram de mim uma postura angelical que eu não preciso ter. Eu
tenho rodas e não asas.
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