sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Nosso Tempo


Venha mais, que é pra gente poder ter mais conversas de frases curtas e interrompidas, que berram dentro de nós como uma voz própria e do outro ao mesmo tempo, porque ha muito já não sabemos onde termina você e me começa. A muito já não temos domínio do que nos torna tão ligados e atritantes, e a muito que não fazemos questão de coisa alguma, a não ser de permanecer. Nunca fui romântica a sua altura, não faço o tipo gramado verde e pôr do sol, filmes antigos e da Disney nunca me interessaram, e música brasileira lenta demais me dá tédio. Mas você conhece todas as minhas complexidades, e sabe como resolver todas elas, seja com um discurso rápido ou com um chilique. Você sabe que eu não sou forte sempre e sabe o quanto só nós entendemos que é importante ser fraco de vez em quando. Você sabe me trazer de volta quando eu não sei mais o que dizer pra mim mesma, e entende que eu só admito algo assim pra você. Você já me carregou tantas vezes, de tantas formas, seu joelho nunca foi palho pra nós e nem minha calça que tinha ferrinho e machucava. Entre tantas coisas que já passaram por nós, a melhor delas é o nosso sempre, que não discute nem mesmo quando a gente discute, nem quando eu não vou ao seu aniversário por estar muito cansada e nem quando você esquece de passar na minha casa e liga explicando o porque do atraso. Você é o personagem que toda a minha família conhece, e que mesmo assim insiste em ser tão tímido. Personagem chave na minha história, você é uma parte gigante de mim, a parte mais neurótica, reprimida e esquisita de mim. Você é muito por aqui, e de todos os nossos tempos, confesso que tenho uma feição pelo de agora. Somos mais velhos, mais pacientes, responsáveis, engraçados e bem resolvidos (mentira). O tempo nos define, todos eles, mas uma coisa não mudou, as pessoas ainda não gostam de sair com nós dois juntos rs.
   


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